O Brasil possui uma operação de transporte multimodal ainda muito limitada. Quais ações são necessárias para melhorar o transporte da multimodalidade?
Na verdade, a multimodalidade no Brasil ainda não existe, a desburocratização dos processos alfandegários e regulatórios são fundamentais para que consigamos efetivamente realizar as operações multimodais com a utilização de dois ou mais modais de transporte com um único documento e com a questão tributária resolvida. Além disso, são necessários investimentos em infraestrutura logística, integração tecnológica para rastreamento e gestão de cargas. A definição de políticas públicas de longo prazo e o incentivo à participação privada também são essenciais para otimizar a matriz de transporte e reduzir custos logísticos, tornando o sistema mais eficiente e competitivo.
Quais são os principais desafios enfrentados atualmente pelo setor e como o IBL pretende colaborar para superá-los?
Os principais desafios atuais do setor logístico incluem a infraestrutura inadequada, a burocracia excessiva, a alta carga tributária, a falta de integração modal e a necessidade de práticas mais sustentáveis.
O IBL busca superar esses desafios através da geração e disseminação de conhecimento, promovendo debates e estudos sobre a logística nacional.
Como o IBL está atuando para melhorar a infraestrutura de acesso aos portos e quais são as prioridades nesse sentido?
O IBL busca, na forma técnica de sua atuação, mostrar com clareza aos parlamentares da FRENLOGI as perdas causadas com a ineficiência do sistema logístico no que se refere à infraestrutura de acesso aos portos, principalmente através da influência em políticas públicas e da modernização regulatória.
A falta de segurança jurídica tem sido um obstáculo para investimentos privados em infraestrutura logística.
Quais medidas o senhor acredita serem essenciais para criar um ambiente mais favorável aos investidores?
Para atrair investimentos privados em infraestrutura, a segurança jurídica é fundamental. É essencial ter regras claras, estáveis e previsíveis, garantindo que contratos e concessões não sejam alterados arbitrariamente. A redução da burocracia e a agilidade na liberação de licenças também são cruciais. Além disso, a resolução eficiente de conflitos e o combate à corrupção reforçam a confiança dos investidores, criando um ambiente mais transparente e favorável ao crescimento do setor.
Recentemente, o IBL assinou um acordo de cooperação técnica com a Câmara de Comércio. Brasil-Ásia. Quais são os objetivos dessa parceria e como ela pode contribuir para o desenvolvimento da logística entre os dois continentes?
O recente acordo visa estreitar laços e facilitar o comércio e a logística entre os continentes. Os objetivos incluem apoiar tecnicamente e discutir desafios de infraestrutura e logística, buscando soluções conjuntas. Essa parceria é crucial para ampliar o intercâmbio comercial, gerar novas oportunidades de negócios e otimizar o fluxo de informações e conhecimentos, contribuindo para um desenvolvimento logístico mais eficiente e integrado.
Considerando que a ANATC representa empresas transportadoras de carga e logística, como o IBL e a ANATC podem colaborar para promover melhorias no setor, especialmente no que tange à intermodalidade e à redução de custos operacionais?
Ambas as entidades podem atuar em frentes complementares. O IBL, com seu perfil mais técnico e de fomento a políticas públicas, pode desenvolver estudos e propostas para a otimização de matrizes de transporte, identificando gargalos e soluções para a interligação de modais. A ANATC, representando diretamente as transportadoras, traz a experiência prática e as demandas do dia a dia das empresas, auxiliando na validação e implementação dessas propostas.
A expansão da malha ferroviária é crucial para a multimodalidade. Quais são os principais projetos em andamento que o IBL apoia e como eles podem transformar o cenário logístico nacional?
A expansão da malha ferroviária é vital para a multimodalidade brasileira. O IBL apoia todos os projetos que têm como princípio a integração de modais e regiões, que prometem desafogar rodovias e conectar importantes polos produtores aos polos de exportação/importação e de mercados consumidores.
Esses projetos são cruciais para a diversificação da matriz de transporte, permitindo o escoamento de grandes volumes de commodities de forma mais eficiente e sustentável.
Quais reformas regulatórias seriam necessárias para agilizar esses processos e fomentar o desenvolvimento da infraestrutura logística?
Para agilizar processos e fomentar o desenvolvimento da infraestrutura logística, diversas reformas regulatórias são essenciais.
É crucial, por exemplo, simplificar e modernizar as leis de licenciamento ambiental, que frequentemente geram atrasos significativos em projetos. A desburocratização dos processos de concessão e PPPs com prazos e critérios mais claros e menos subjetivos.
Além disso, a revisão da Lei dos Portos para otimizar a gestão e a operação, e a criação de um marco regulatório mais estável e previsível para ferrovias e hidrovias, são fundamentais para reduzir a insegurança jurídica. A harmonização das normas entre diferentes esferas governamentais e a digitalização de processos também contribuiriam para uma maior agilidade e transparência, incentivando o investimento privado e acelerando a execução de projetos de infraestrutura.
A reforma tributária pode trazer mudanças significativas para o setor. Como o senhor avalia o impacto potencial dessas mudanças na logística brasileira e quais ajustes seriam necessários para beneficiar o transporte multimodal?
A reforma tributária pode simplificar e unificar impostos, reduzindo a complexidade e os custos operacionais. Isso beneficiaria a logística brasileira ao diminuir o “custo Brasil”. Para o transporte multimodal, é essencial que a reforma preveja isenções ou alíquotas diferenciadas para a movimentação intermodal de cargas, incentivando o uso de ferrovias e hidrovias e, assim, promovendo a eficiência e a competitividade do setor.
Quais são as perspectivas do IBL para os próximos anos em termos de inovação, sustentabilidade e competitividade no setor logístico, e como a colaboração com entidades como a ANATC pode contribuir para alcançar esses objetivos?
Para os próximos anos, o IBL vislumbra um setor logístico mais inovador, sustentável e competitivo.
Em inovação, as perspectivas incluem a adoção crescente dos recursos disponíveis para a otimização de processos, na sustentabilidade, o foco é na transição para utilização nos modais de transporte, de combustíveis sustentáveis e menos poluentes e em competitividade, busca-se a redução do Custo Brasil e a eficiência na movimentação de cargas.
A colaboração entre as entidades mantenedoras do IBL é fundamental para alcançar esses objetivos através da defesa de políticas públicas que incentivem a modernização e a descarbonização do setor de logística e infraestrutura.