A Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (Frenlogi) acompanha os debates do XXIV Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, promovido pela Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos Deputados. O evento, realizado nesta terça (11), reúne autoridades, especialistas, representantes do setor produtivo e parlamentares para discutir os desafios do transporte rodoviário no Brasil, com ênfase no combate ao roubo de cargas.
Com participação ativa da Frenlogi, o diretor de Relações Institucionais, Edinho Bez, acompanha os debates do seminário, reforçando o compromisso da frente com o fortalecimento da segurança e da infraestrutura logística no país. Também presente, o conselheiro do Instituto Brasil Logística (IBL) e diretor de Relações Institucionais da Associação Nacional das Empresas de Transporte de Cargas (ANATC), Carley Welter.
Na cerimônia de abertura, o presidente da CVT, dep. Maurício Neves (PP-SP), destacou que a segurança nos transportes é uma das prioridades da sua gestão. “Solicitei à equipe técnica que fizesse um levantamento de todos os projetos de lei voltados ao combate ao roubo de cargas. Nosso objetivo é dar uma resposta efetiva à sociedade e enfrentar a criminalidade organizada que afeta diretamente o setor logístico”, afirmou.
O parlamentar ressaltou que mais de R$ 1 bilhão em mercadorias foram roubadas no transporte rodoviário em 2024, conforme levantamento da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística. “Não podemos olhar esses números e ficar parados”, reforçou Neves. Além disso, o parlamentar defende mudanças no Código Penal para aumentar as penas por receptação e dobrar a punição para quem adquire ou comercializa cargas de origem ilícita.
Representando o Ministério dos Transportes, a secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, apresentou dados sobre investimentos do governo federal nas rodovias e ressaltou que melhorias na infraestrutura também contribuem para a segurança do setor.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reforçou a importância do seminário como espaço de diálogo entre o Legislativo, o setor produtivo e a sociedade. “Discutir o transporte rodoviário de cargas é discutir o futuro da logística nacional. É esse setor que conecta o campo à cidade, movimenta a economia e garante o abastecimento da população”, pronunciou.
Durante o seminário, o presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Eduardo F. Rebuzzi, destacou a urgência de medidas concretas para enfrentar o roubo de cargas, que classificou como um dos mais graves problemas enfrentados pelo setor e pela sociedade. Rebuzzi defendeu o agravamento das penas por receptação, a instalação de uma CPMI para aprofundar as investigações e a criação de uma aliança nacional entre setor público e privado. “É imprescindível um plano estruturado e coordenado entre União, estados e municípios, com ações de inteligência e cooperação interinstitucional. O enfrentamento ao roubo de cargas exige integração, planejamento e firmeza de propósito”, afirmou. A proposta, segundo ele, é estabelecer um pacto nacional pela segurança logística, com metas e responsabilidades claras, envolvendo todos os agentes da cadeia de transportes.
O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, destacou em seu discurso a importância do diálogo com setores estratégicos para o desenvolvimento do país, como o de transporte de cargas, reforçando que a segurança pública é dever do Estado, mas responsabilidade de todos. Apresentou dados do SINESP que indicam uma redução progressiva nos registros de roubo de cargas entre 2017 e 2024, embora os números ainda sejam preocupantes. Ressaltou que o impacto dessas ocorrências afeta toda a cadeia produtiva e os custos repassados à sociedade. Anunciou a criação da Rede Nacional de Enfrentamento ao Roubo de Cargas, que será coordenada pela SENASP e construída com a participação ativa de forças federais, estaduais e do próprio setor transportador. Também defendeu ajustes legislativos para endurecer a punição ao receptador de cargas roubadas, como forma de desarticular financeiramente o crime organizado. Segundo ele, somente com integração, inteligência e diálogo será possível garantir mais segurança, competitividade e bem-estar para a população brasileira.
Para o presidente da Frenlogi, senador Wellington Fagundes (PL-MT), “é extremamente grave e traz grandes prejuízos para economia os crimes de furto, roubo, apropriação indébita e receptação de cargas roubadas praticados por quadrilhas nos modais de transportes. O pior é a impunidade, os sistemas de justiça não estão conseguindo investigar, penalizar e manter os membros dessas quadrilhas presos”.
O seminário segue ao longo do dia sobre legislação, infraestrutura, segurança e soluções para o transporte rodoviário.
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