Os portos brasileiros são a espinha dorsal do comércio exterior do país, responsáveis por cerca de 95% das importações e exportações, e garante o abastecimento de produtos que chegam diariamente aos lares dos brasileiros. Entre eles, o Porto de Santos ocupa posição estratégica, sendo o maior do Hemisfério Sul. Segundo a Autoridade Portuária de S antos (APS), o porto está conectado a 600 destinos em mais de 190 países e responde por 30% da corrente comercial nacional.
Para José Augusto de Castro, presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), os portos são essenciais para o funcionamento da economia. “O porto é vida para o Brasil. Sem ele, não há economia, desenvolvimento ou futuro”, afirma.
Santos é a principal porta de entrada para bens de consumo importados, contribuindo para a eficiência logística, a formação de preços no mercado e o abastecimento das indústrias com insumos essenciais. Por ali passam desde os smartphones mais modernos até sucos, fertilizantes e peças para o agronegócio.
O consultor portuário Roberto Paveck reforça essa importância: “Quase todo brasileiro consome algo que passou por Santos. Seja alimento, eletrônico, medicamento ou veículo, o porto impacta diretamente o dia a dia da população. Desde o final do século XIX, ele se consolidou como a principal conexão do Brasil com o mundo”.
De acordo com o presidente da APS, Anderson Pomini, os principais parceiros comerciais do Porto de Santos são China, Estados Unidos, Alemanha, Japão e Índia. No cenário interno, os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul se destacam, reunindo cerca de 86 milhões de habitantes e representando mais de 50% do PIB brasileiro.
Em 2024, o Porto de Santos atingiu um recorde histórico, com a movimentação de 180 milhões de toneladas e lucro líquido de R$ 844 milhões, números que evidenciam a eficiência da gestão portuária.
Exportações e números do comércio
Entre os principais produtos exportados pelo Porto de Santos estão:
- Óleos de petróleo e minerais: 14%
- Minério de ferro: 8,1%
- Soja: 6,2%
- Café não torrado: 4,9%
- Celulose: 3,7%
- Carnes bovinas: 3,8%
- Açúcares e melaços: 3,8%
Essas exportações somam US$ 48,3 bilhões, reforçando o papel do porto na segurança alimentar global, abastecendo países na Ásia, África e Europa com grãos e proteínas brasileiras.
Em fevereiro deste ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Brasil exportou US$ 22,93 bilhões e importou US$ 23,25 bilhões, totalizando US$ 46,18 bilhões na corrente de comércio — um crescimento de 11,1% em comparação com fevereiro de 2024.
Apesar de uma leve queda de 1,8% nas exportações, as importações cresceram 27,6%, impulsionadas principalmente pela compra de uma plataforma de petróleo da China, no valor de US$ 2,7 bilhões.
A indústria de transformação teve desempenho positivo nas exportações, com alta de 8,1%, especialmente com produtos como celulose e carnes.
Impactos além do comércio
O Porto de Santos também movimenta a economia em diversas frentes. Segundo Ivam Jardim, diretor da Agência Porto Consultoria, além da movimentação de cargas, o porto gera empregos, estimula obras e impulsiona a infraestrutura logística.
“O impacto vai muito além das exportações e importações. O porto promove o desenvolvimento regional e nacional”, afirma Jardim, destacando obras como a revitalização da Avenida Perimetral, o tão aguardado túnel Santos-Guarujá e a construção do Parque Valongo.
Importações estratégicas
Entre os principais produtos importados estão peças automotivas, veículos, medicamentos, defensivos agrícolas, fertilizantes e compostos químicos — insumos fundamentais para diversos setores da economia. O Brasil também importa plataformas e embarcações, utilizadas em áreas como petróleo, logística e indústria.
A APS destaca que, embora os principais parceiros comerciais sejam países consolidados como China, EUA e Japão, a busca por novos mercados segue como prioridade, com delegações internacionais visitando o Porto de Santos ao longo do ano em busca de novas oportunidades.
Fonte: com informações de A Tribuna, IBL