O Brasil e o seu atraso logístico. Parece de propósito. Os produtores de soja do país lutaram com muita dificuldade nesta safra que está sendo colhida, enfrentando principalmente as burocracias criadas pelo governo, que parece inimigo dos grandes produtores, a que chama de Fascistas. O governo não ajuda em nada, mesmo sabendo que depende fundamentalmente do resultado do agro para tentar equilibrar as suas contas. Se é para transportar a soja via estrada, os caminhoneiros enfrentam lama, buracos e pontes em péssima conservação. Mas ao chegar nos portos, de onde o produto é embarcado para o mercado externo, as agruras são as mesmas. E é isso exatamente o que está acontecendo em Porto Velho, Rondônia. Lá, o aumento as safra este ano representou 15%, mas está gerando uma fila de centenas de caminhões – estima-se – 1.500 caminhões por dia tentando escoar a safra até o Pará e de lá para o exterior. Mas este cenário de filme de terror deverá perdurar até o início de abril.

Não conseguem, muitas vezes, chegar até o Porto e estacionam até 20 quilômetros de lá, esperando chegar a vez de descarregar, perdendo até quase uma semana. A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Rondônia – Aprosoja-RO – disse que o bom tempo de fevereiro favoreceu a colheita recorde: ” Este ano a chuva começou um pouco mais tarde. Isso concentrou o plantio numa janela menor e, consequentemente, você tem a colheita numa janela menor também. Além disso, tem a produtividade, que aumentou em relação ao ano passado.” Mas a logística precisa estar prepara a qualquer tempo, acreditam.

A produção escoa pelo rio Madeira até Santarém, de onde é levada para o exterior. Enquanto isso não acontece, caminhoneiros ficam em postos de apoio e às margens da BR-364 à espera do momento de descarregar —quanto mais tempo ficarem aguardando, mais gastos os produtores rurais têm. Além da soja produzida no estado, o porto também escoa parte da produção do noroeste de Mato Grosso. Dados do Governo de Rondônia mostram que a colheita de soja no estado alcançou cerca de 80% da área plantada na última safra. São 3.700 áreas de cultivo. A previsão é que a média de sacas de soja por hectare, que no ano passado foi de 54, chegue a até 62 sacas na atual safra. A associação acredita que os caminhões ficam de quatro a seis dias lá parado, servindo de armazém para a soja. A previsão é que o Brasil produza 167,4 milhões de toneladas de soja na safra 2024/25, uma alta de 13 % em comparação com a safra anterior, de acordo com a Conab.
Tags: petronotícias